O REFLEXO DO DIGITAL NAS JORNADAS DE TRABALHO CONTEMPORÂNEO
APRESENTAÇÃO
Corpos em trâns(e)ito
O universo digital trouxe inegavelmente muitas facilidades e oportunidades, mas também funciona como o espelho das relações de exploração do humano já sacralizadas na história universal. O digital extrapola o real, é seu espelho, seu amplificador. Amplifica a dor.
Foi neste universo que alunos da disciplina de Projeto Integrado de Webjornalismo se jogaram para mostrar que a exploração do trabalho não tem geografia delineada. Que ela ocorre por meio de pedidos mediados pelo desejo, que estão sempre a caminho por meio dos motociclistas e bikers, de corridas de carros, das performances de influenciadores do sexo.
Vamos mostrar vidas corridas contra o tempo. Corpos que se jogam em espaços violentos, intolerantes. Corpos a levar mercadoria. Corpos como mercadorias: a se coisificar. Exploração. Gente querendo pagar contas, gente querendo sonhar.
As narrativas nos mostram como trabalhos mediados pela internet têm repercussões na vida fática de milhares de pessoas. Este trabalho enfrenta o universo explícito das ruas e da intimidade das casas para mostrar a falta de proteção e instabilidade de trabalhadores mediados pela tecnologia. Se este trabalho incomodar você de alguma forma, ele cumpriu seu papel. Boa leitura!
CONTEÚDO PRÉVIO
Conheça a señorita Bruna Sampaio, 32, integrante do Coletivo Señoritas Courier de São Paulo e biker. Ela freou um pouco da rotina para contar os caminhos perigosos que trafega e detalhes de uma rotina que é uma luta diária para fincar seu espaço como biker e mulher.
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OLHAR JUDICIÁRIO
MATÉRIA
Em entrevista para o projeto “Subsistir além da tela: o reflexo do digital nas jornadas do trabalho contemporâneo”, o juiz substituto do Tribunal Regional do Trabalho da 7° Região (TRT/CE), Raimundo Dias Neto, analisa a discussão em torno da categorização dos trabalhadores por aplicativo como autônomos ou subordinados. Segundo ele, as duas teses dividem a jurisprudência brasileira em diversas ações judiciais movidas por trabalhadores contra as empresas de plataformas digitais.